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GPS

  • Pr. Manolo Damasio
  • 31 de jan. de 2015
  • 5 min de leitura

[Concílio pastoral 2015 - discurso]

Um bom planejamento é crucial.

Os meus amigos mais íntimos, que me conhecem melhor, acham que sou muito detalhista. Mas, apesar dos esforços, não conseguimos prever tudo.

Há 3 anos eu fiz uma viagem interessante com a Jeanne e o Noah, que tinha acabado de completar um aninho.

Cruzamos os EUA de uma costa a outra. Saímos da Flórida até a Califórnia e voltamos. Nossa intenção era percorrer a Rota 66 desde o Estado de Oklahoma até a cidade de Los Angeles, explorando pelo caminho várias atrações.

Mas, deixa eu contar uma coisa que normalmente tento esconder.

Depois de ter visitado a parte sul do Grand Canyon, resolvi conferir o que na parte oeste, eles chamam de Skywalk. É um tipo de mão-francesa com o piso de vidro que gera uma sensação incrível de andar sobre o abismo.

No caminho, porém, mesmo depois de ter lido alguma coisa a respeito e não ter dado a devida atenção (porque às vezes é assim, depois de algumas experiências bem sucedidas, nós já achamos que somos especialistas), eu pus no GPS meu destino e peguei a estrada.

Em algum momento, o GPS me levou a uma estrada não pavimentada. Conferi a distância, o destino, a gasolina, e pensei que poderia ser algum tipo de reparo e logo chegaria o asfalto. Depois de uns 15km pensei em voltar, mas achei que já tinha ido muito longe.

Algumas placas à frente revelaram que estávamos em território indígena. O caminho de cascalho com paisagem árida, um território inóspito com desfiladeiros e uma temperatura de 40º me fizeram inevitavelmente reconhecer: eu sou uma anta.

Gastei 3x mais tempo quando insisti naquele percurso mais curto. Resultado: chegamos com uma criança cansada e aproveitamos muito pouco aquele dia. Pra piorar, ao sair do West Point do Grand Canyon o miserável do GPS deu pane. Intuitivamente, fui até uma cidade próxima em busca de um Walmart para trocar o aparelho.

Amigos, sem GPS definitivamente não dá! Nós precisamos de um sistema de navegação (mas, volto nisso mais tarde).

Quisera eu que essa fosse minha única experiência desastrosa em viagens.

Há 7 anos ganhei de presente uma viagem a Europa de um antigo amigo/cliente da colportargem. Pudemos conhecer 7 países em um mês. Andei de trem, avião, metrô, só não de jumento porque no inverno eles descem todos pro sertão da Bahia, pensava eu.

Parte do meu itinerário previa um percurso de carro. Um amigo que morou na Europa me ajudou a construir o roteiro (por que as vezes é assim, nós precisamos da ajuda de alguém que já tenha ido a lugares que nós não conhecemos).

Chegamos a Berlim e de lá partimos em direção aos lugares marcantes na vida de Lutero, João Huss e Jerônimo. Conhecemos também um campo de concentração nazista, etc.

Ao sair da Alemanha, já na República Tcheca, a neve apareceu. No início achamos o máximo! Mas, depois de contornar a Áustria e entrar na Suíça, eu percebi que algo estava errado. No meio dos Alpes notei que meu desempenho estava muito abaixo dos demais carros que passavam por mim.

Permitam que eu volte só um pouquinho.

Quando aluguei o carro no aeroporto de Berlim, optei por uma categoria simples e que me oferecesse um GPS integrado. Como o modelo que eu havia escolhido não estava disponível naquela unidade, a atendente disse que "eu teria que usar uma BMW". Pense num cara metido! Minha euforia foi tão grande que não li algumas instruções que me fizeram falta no meio dos Alpes.

Percebi que meu desempenho estava comprometido por falta de equipamento adequado. O carro "não estava equipado com pneus para neve" dizia o termo de locação. Às vezes podemos ter toda a motivação do mundo, mas precisamos das ferramentas certas para executar determinadas tarefas.

Eu tive q reconhecer ao ler tardiamente as instruções que a BMW tinha mais de 200 cavalos de potência e um jumento ao volante.

Ah meus amigos, eu queria dizer que foram apenas essas duas fatídicas experiências.

Me dê mais alguns instantes e tudo fará sentido.

Há 2 meses voltei a Europa com a minha esposa. Deixei meu filho com meus pais e aproveitei uma promoção com milhagens.

Foram 12 dias e uma estratégia: "Não vou rodar muito. Quero aproveitar os detalhes." Mas, como as coisas são muito próximas, acabamos alugando um carro e demos "um pulinho" na Bélgica, Holanda e Luxemburgo que ainda não conhecíamos.

Esta é a primeira vez q eu conto essa história publicamente. Confesso que é mais fácil falar de coisas antigas. Essa está muito recente, por isso estou com muita vergonha.

Mas, eu vou contar. A distância entre Luxemburgo e Paris é de apenas 300km. Já prevendo a devolução do carro na manhã seguinte, resolvi encher o tanque.

Não tenho forças para das todos os detalhes. Queria dizer apenas, que completei os 3/4 q faltavam no tanque, com o combustível errado. Os engasgos do carro nos próximos quilômetros me levaram a crer que tinha feito uma grande besteira.

Resultado:

- Despesa com serviço de Guincho;

- 40 litros de combustível desperdiçados;

- Custos exorbitantes com a diária de serviço;

- Um dia perdido na sala de espera de uma concessionária no interior da França.

Isso é que dá não procurar as informações corretas.

Só mais uma...

Quando eu cheguei em Brasília, sem entender direito essas misérias dessas tesourinhas, cheguei a fazer 9 vezes uma delas tentando pegar o Eixão. :-P

Vocês estão recebendo um negócio agora. Estou oferecendo um mapa personalizado a cada um de vocês e com isso termino minha agenda. Durante o concílio estarei à disposição para adicionar qualquer informação que vocês precisarem.

Só queria que umas coisas ficassem claras agora...

- Você pode escolher o trajeto. Mas, fique atento. Ir pela estrada de chão ao invés do asfalto pode ser mais perto, mas não quer dizer que será mais rápido.

- Você pode escolher o ritmo. Cuide apenas em fazer as curvas com segurança. Algumas são muito fechadas. Frear será inevitável.

- Você pode escolher o meio de transporte. Isso pode influenciar no conforto, economia, etc.

- Você pode escolher inclusive a companhia. Dependendo do trajeto, será bem mais divertido estar acompanhado.

O que não podemos escolher é o destino final. Quem define para onde a Igreja vai é seu Comandante. Admirável é perceber que compreendendo nossas limitações, Ele providenciou um sistema de navegação (GPS). Unicamente a Revelação pode garantir que cheguemos ao nosso destino.

Finalmente, preciso dizer que estou consciente que parte do meu trabalho é coletar informações que o ajude a navegar com mais eficiência. Cuide com os atalhos. Jamais esqueça que no final das contas só há um Caminho e se por um acaso você sair da estrada, fique tranquilo... o GPS tem poder de "recalcular a rota".

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