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Os estágios do crescimento espiritual (completo)

  • Jon Paulien
  • 12 de ago. de 2016
  • 36 min de leitura

Paulo mede o crescimento da igreja de Tessalônica baseado nos relatórios que ele recebeu de Timóteo. Existem formas contemporâneas de medir os estágios do crescimento espiritual? Existe toda uma literatura sobre o assunto, umas são mais úteis do que outras. A versão que tem sido mais útil para mim foi recomendada por Skip Bell da Universidade Andrews. Pode ser encontrada no The Critical Journey, por Janet Hagberg e Robert Guelich. A seguir, você encontrará diferenças significativas da versão de Hagberg.

Eu tenho pensado através do sistema dela e avaliado pela minha experiência pessoal, minhas experiências como mentor, e meu estudo da Bíblia e do Espírito de Profecia. Então, o que eu ofereço aqui depende de outros tanto quanto da minha própria perspectiva. Existem seis estágios em todos, com alguns pontos de transição.

1. O Estágio Romântico

Esse estágio é marcado pela novidade, alegria e simplicidade.

Nós reconhecemos que existe um Deus, que Ele é real e que realmente importa para nossa vida. É o “primeiro amor”, que trás uma grande euforia para a vida espiritual. Há uma sensação de estar experimentando um novo começo, ter recebido uma nova chance na vida. Nesse estágio as pessoas não costumam ser particularmente racionais com sua fé, elas simplesmente orientam a vida de acordo com a experiência vivida com Deus. É um momento de confiança “infantil”. Nas palavras de Jesus, “A menos que vocês se tornem como crianças, não entrarão no reino de Deus” (Lucas 18:17). As pessoas tendem a encontrar Deus de duas formas básicas: “temor” e necessidade. Alguns, particularmente crianças, encontram a Deus através de uma experiência arrebatadora de Sua presença. Encontram-se perante Alguém maior do que eles e, reconhecendo que se trata de Deus, comprometem-se a Ele. Já a maioria dos adultos tem uma tendência maior de vir a Deus pela necessidade. A fé em Deus é vista como uma forma de se resolver a dor pessoal do divórcio, prisão, doença, perda do emprego, luto e/ou solidão. Muitos acabam precisando chegar ao fundo do poço antes de dar uma chance a Deus. De ambas maneiras, há uma alegria tremenda na nova vida que irrompe de um relacionamento com Deus. Esse estágio não precisa ser único na vida: podemos retornar a esse ponto em momentos de grande necessidade.

1.1 Perigos do Estágio Romântico

Os maiores perigos nesse primeiro estágio são o sentimento de indignidade e a falta de conhecimento e ambos podem levar a pessoa a ficar “travada” ou abandonar a fé. O sentimento de indignidade pode surgir por “escorregões” que a levam à vida anterior. É como se elas soubessem que Deus livremente as tenha perdoado e as dado uma “ficha limpa”, mas agora elas estragaram tudo e não são dignas de uma terceira chance. Esse sentimento pode ser devastador.

Além disso, pode haver uma falta de conhecimento do evangelho e de segurança em Cristo. Se esse for o caso, as pessoas podem ser prisioneiras de superstições, como, “Se eu orar, conseguirei tudo que eu quiser”, ou “Deus me castigará se eu não estudar a Bíblia”.

1.2 Como Ajudar Alguém no Estágio Romântico a Prosseguir

Primeiro, é necessário ajudá-las a se sentirem aceitas como filhos de Deus – mostrar que a graça de Jesus é maior do que nossas falhas. Segundo, ajude-as a descobrir que são apoiadas por uma comunidade de crentes. A transição para o estágio dois involve se conectar com uma comunidade espiritual que proverá ensino e apoio conforme elas crescem. [Eu mal consigo contar quantas pessoas abandonaram tudo porque não conseguiram encontrar uma comunidade de fé que as apoiou. A solidão, nesse momento, parece insuportável. Culpa delas? Não mesmo. Realidade da igreja em que eu frequentava, que se parecia mais com um clube VIP do que qualquer outra coisa. Aqui fica uma advertência para nós, “irmãos mais velhos”, que às vezes nos fechamos em nossos grupos bem estabelecidos de pessoas “maduras” que pensam igual a nós. Podemos estar impedindo outros de entrar no reino...] Terceiro, é crítico que elas desenvolvam um relacionamento forte com um ou mais líderes/mentores espirituais que possam ser um exemplo de fé e prática.

2. O Estágio do Discipulado

Esse estágio é marcado por um forte desejo de seguir.

Nesse estágio, as pessoas que se “apaixonaram” por Deus, ingressam em uma comunidade de crentes. É um momento de aprendizado e pertencimento. Eles querem aprender e crescer tanto quanto possível e desenvolver uma identidade com o grupo. Nessa fase um forte sentimento de “estar certo” tende a tomar conta da pessoa; elas encontraram a comunidade “certa”, estão aprendendo a doutrina “certa” e adorando da forma “certa”. Além disso, o crescimento espiritual é particularmente estimulado por fortes líderes, professores e mentores. Em alguns casos, os maiores mentores podem ser encontrados em livros. Um exemplo bíblico forte desse estágio é o relacionamento de Paulo e Timóteo, ou Jesus e seus discípulos. Nesse momento, as pessoas tendem a naturalmente se “anexar” a alguém que esteja disposto a ensiná=los e ajudá-los. Estranhamente essa abertura ao aprendizado costuma estar acompanhada de uma forte autoconfiança. Mesmo que não saibam tudo, eles têm certeza que estão no caminho correto. E isso nos leva aos riscos desse estágio...

2.1 Perigos do Estágio do Discipulado

Pessoas nessa fase podem sofrer de inflexibilidade espiritual, o que não deveria ser um problema a menos que elas fiquem “travadas” nesse ponto – o que é comum, infelizmente. Além disso, há uma tendência para se gostar de respostas fáceis, o que também não deveria ser um problema, já que conforme se avança o desejo por alimento sólido cresce. Entretanto, as fraquezas desse estágio podem se perpetuar se houver dificuldade de seguir em frente. A vida pode se tornar legalística e julgamental, sendo governadas pelo “devo”, “preciso”, “tenho que” e marcada por frustração com aqueles que não vêem as coisas como eles. Se eles não sairem dessa inflexibilidade e simplicidade de pensamento, provavelmente se tornarão rígidos na sua abordagem à fé.

Por exemplo, se aprenderam uma perspectiva particular de um líder influente, podem concluir que esse caminho é a única forma de pensar ou agir. Sentem que todos devem fazer as coisas como eles fazem e podem estar inclinados até a punir aqueles que fazem o contrário, se estiverem numa posição que os permita fazê-lo. O pior é que aqueles que estão fixados nesse estágio não conseguem ver sua própria rigidez. Vêem tudo como preto no branco, nós contra eles. Sentem-se certos e fortes, enquanto outras perspectivas são fracas e erradas. Toda comunidade de fé possui alguns membros que se fixaram nessa fase.

2.2 Como Ajudar Alguém no Estágio do Discipulado a Prosseguir

O primeiro ponto é ajudá-las a encontrar o mentor “correto”. Mentores não-saudáveis podem levar essas pessoas à digressões perigosas. Se seu mentor espiritual for Osama Bin Laden, por exemplo, sua própria vida está em risco. Por isso é um imperativo que novos crentes sejam levados a mentores apropriados para seu estágio atual. Embora pessoas presas nessa fase possam se tornar desagradáveis de se lidar, a única forma de ajudá-las a prosseguir é nutrindo relacionamentos com a comunidade e com bons mentores e professores. Crentes rígidos colocam a cabeça na frente do coração e algumas crenças a frente dos relacionamentos.

Essa rigidez permanecerá a menos que, através de nutrição espiritual, elas obtenham alguma autoconsciência do que está errado e encontrem em Cristo encorajamento para se arreepender e restaurar os relacionamentos. Outro elemento importante é prover a eles oportunidade para servir. Ajudá-los a descobrir seus dons espirituais, dar oportunidades para revelar seus dons de liderança. Embora seja um pouco arriscado, a recompensa é grande. Ajude-os a se tornar contribuidores e não somente porta-vozes de certos pontos de vista.

E crucialmente, ao lidar com essas pessoas é necessário resistir à tentação de devolver na mesma moeda, mas ser gentil, humilde, terno e ensinável (2 Tm 2:24- 26).

3. O Estágio do Sucesso

Esse estágio é marcado pelo impacto causado em outras vidas.

Esse é o estágio do sucesso, pois é o momento que a pessoa sente o chamado de Deus para avançar na liderança, passando a ensinar aos outros aquilo que aprendeu. A confiança na sua habilidade de liderar aumenta conforme as oportunidades vêm. Esse é o estágio de produção espiritual, onde as pessoas impactam outras vidas e realizam importantes tarefas espirituais. Aqueles que os seguem crescem em número, as contribuições aumentam e os outros aplaudem os seus esforços. Líderes nesse estágio descobrem seus dons espirituais e assumem papéis nas instituições religiosas que são efetivos e apreciados. Moisés na sarça ardente e Pedro no Mar da Galileia são exemplos bíblicos de indivíduos avançando para o terceiro estágio.

Nessa fase, você se sente como se tivesse “chegado lá”. Há uma forte sensação de estar fazendo a diferença na vida dos outros. Há satisfação espiritual, sensação de realização que vem com o “sucesso espiritual”. Como no estágio dois, no três também há um alto grau de confiança: você “sabe” que está indo bem, que está onde deveria estar.

3.1 Perigos do Estágio do Sucesso

Embora esse seja uma fase altamente “produtiva”, existem algumas sérias fraquezas e perigos comuns nesse estágio. Nessa fase, por exemplo, as pessoas tendem a ser o mais resistentes ao mentorado. Líderes no estágio três não sentem que precisam de um mentor.

Agora eles são mentores que ensinam aos outros, mas sentem pouca [ou nenhuma] necessidade de aprender dos outros. Estão no topo da montanha; não há mais para onde subir. Se os estágios da fé terminassem aqui, poucos se surpreenderiam. A confiança característica dessa fase também leva a algumas preocupações. Embora Deuse seja o foco de todos ministérios espirituais, há uma tendência para que os líderes no estágio três sirvam a Deus com a sua própria força, motivados por objetivos seculares como números, reconhecimento, performance, prêmios e crescimento financeiro. Eles amam o reconhecimento e a realização. A vida algumas vezes parece uma peça de teatro, onde tudo que fazem é para o benefício daqueles que estão assistindo. Essas pessoas são frequentemente ficam fixadas na perfeição, querendo sempre ser os melhores; o melhor pastor na conferência, o melhor professor na escola, o melhor líder na igreja, o evangelista mais bem sucedido. Os líderes do estágio três gostam de se sentir ocupados, mas frequentemente essa “ocupação” é uma máscara que cobre suas anseidades e feridas internas. Se isso for verdade, eles serão os últimos a saber, pois não procuram nenhum tipo de feedback genuíno. Além disso, uma pessoa nesse estágio pode ficar extremamente exausta e estressada, sentir-se irreconhecida e fica ressentido com a comunidade e com Deus por conta disso.

A mairoria das instituições religiosas estão presas no estágio dois ou três. Uma das razões é que a maioria dos seguirdores de uma determinada instituição religiosa são relativamente novos e estão começando a jornada. Uma segunda razão é que ao longo do tempo, elas focam muito mais na preservação da própria instituição do que na glória de Deus. Preocupam-se com o sucesso, documentando e expondo-o, mas frequentemente esses “sucessos” são medidos em termos humanos em vez de divinos. Instituições religiosas podem chegar a desejar poder e riqueza tanto quanto qualqer indivíduo, mas têm mais dificuldade de se arrepender do que a maioria dos indivíduos!

3.2 Como Ajudar Alguém no Estágio do Sucesso a Prosseguir

Como líderes no estágio três podem seguir adiante? O primeiro passo é se render ao controle completo de Deus, tanto quanto a pessoa seja capaz nesse estágio. Isso significa a disposição de abrir mão do próprio ego, dos próprios desejos e até mesmo da posição de liderança para que Deus seja glorificado em vez de nós mesmos. Os líderes nessa fase precisa reconhecer que Deus chama a todos para encarar a verdade sobre si mesmos, trabalhar na sua imagem distorcida de Deus, recuperar-se das feridas infantis, das experiências passadas que nos feriram e da falta de perdão em relação aos outros que nos feriram. Eles precisam praticar a espiritualidade pessoal, a oração, o estudo das escrituras sagradas e compartilhar com outros o que Deus fez em suas vidas. Mais do que tudo, líderes nesse estágio precisarão engolir seu orgulho e buscar um mentor que esteja no estágio quatro ou mais.

Se nós olharmos para aqueles que nos ajudaram no passado, podemos descobrir que eles são guias inadequados para esse momento da jornada. Mentores de “alto níevel” são aqueles que enfrentaram as tentações do estágio do sucesso e superaram, pela graça de Deus. Mas encontrar mentores como esses não será fácil. Quando achar um, “grude” nele! De muitas formas o estágio três parece o fim da jornada espiritual. Mas não é. Em algum sentido, a jornada espiritual acabou de começar. É por volta desse ponto que algo estonteante acontece à maioria das pessoas que estão nessa jornada. É a última coisa que esperariam e é frequentemente uma persona non grata...

Além do Estágio Três: A Noite Escura da Alma I

No topo do nosso sucesso espiritual, algo tende a acontecer; algo que nós pouco esperamos. É uma crise pessoal que muitos tem chamado de a noite escura da alma...

As certezas passadas se tornam inadequadas. Questionamos tudo que acreditamos e tudo que já vivemos. Sentimos como se fossemos fracassados, como se não pudéssemos fazer nada certo. Somos humilhados. Nosso mundo nos engole. Nossa fé, que nos sustentou poderosamente até então, parece ñão funcionar mais. Todas nossas respostas são substituiídas por perguntas. Parece que Deus sumiu de nossa vista, ou simplesmente saiu da caixa onde nós o mantinhamos preso, confortavelmente. Há muitos exemplos desse fenômeno na Bíblia. O caso clássico é Jó que, mesmo sem ter feito nada para merecer, passou por uma crise interna de depressão espiritual que quase o levou ao suicídio (Jó 3.1-26). Penso também em Jonas, cuja vida estava indo bem, até Deus “bagunçar” tudo com um grande peixe. Penso em Elias que após o ponto de maior triunfo espiritual no Monte Carmelo, desceu imediatamente a um profundo nível de desencorajamento (I Reis 19.3-4).

A noite escura da alma parece como o fim de todas nossas esperanças e sonhos espirituais. Pode apresentar uma forte deimensão de crise espiritual combinada com sintomas clínicos da depressão. Mas não é o fim. Na verdade é um chamado para uma relação mais profunda de intimidade com Deus. Ela revela que todos nossos sucessos, todas as coisas boas que fizemos foram, até certo ponto, motivadas pela ambição e egoísmo ou por um desejo de agradar aos outros. Descobrimos que nosso senso de propósito no estágio três era dirigido muito mais pelos outras e pela igreja do que por Deus. Percebemos que, embora o Deus que conhecemos até aqui seja real, precisamos conhecê-lo novamente – como se fosse a primeira vez. A noite escura da alma pode ser precipitada por muitas coisas. Pode ser simplesmente um estágio, como a crise da meia-idade. Pode ser por causa de um evento externo, como um filho rebelde, a perda do emprego, a morte de uma pessoa amada, ou um evento interno, como uma doença física ou o ressurgimento de um trauma do passado. A noite escura pode ser a simples sensação de que Deus retirou sua presença da nossa vida. Buscamos, mas não encontramos. A maioria das pessoas se sentem deprimidas com esse momento. Acreditam que a presenta de Deus na vida deveria suavizar o espírito, acalmar todos os medos e trazer alegria à jornada da vida. A escuridão enfrentada parece uma “virada errada”, um sinal de que de alguma forma perdemos o caminho espiritual. Somos tentados a desistir e virar as costas para ela. O ego se “incha” para resistir a experiência. Podemos nos sentir culpados, envergonhados, sentindo que merecemos essa escuridão. Líderes espirituais podem sentir que a noite escura acontece com as pessoas, mas não com eles. Supõe que deveriam ser fortes e confiantes em Deus. Sentem a necessidade de esconder a escuridão dos outros, mesmo de si mesmos. Sentem-se solitários, ocmo se ninguém mais estivesse passando por algo parecido. Mas, a despeito de como se sentem, essa escuridão é na verdade um chamado de Deus, um sinal positivo. É uma marca de que Deus está profundamente engajado na sua vida. Enquanto a dúvida possa ser uma coisa negativa para a vida espiritual, a noite escura da alma é um tipo de duvidar que pode levar a uma fé mais profunda.

Você não pode lidar com a escuridão trabalhando 60 horas por semana, tentando ignorá-la. A dor está aí por um propósito. Deus a usa para chamar as pessoas a beber dela e aprender o que precisa ser aprendido.

O melhor remédio para a escuridão é a solitude em abundância, quando se pode ouvir a voz de Deus, sentir o que Ele está tentando comunicar e então pensar e refletir. Um mentor de alto nível pode ser um recurso nesse ponto; alguém que passou pela escuridão e sobreviveu, que seguiu em frente e incorporou à vida as coisas que Deus o ensinou através dessa noite. Mas existem dois pontos importantes de preocupação que precisamos manter em mente quando alguém está na noite escura. Primeiro, existe a tentação de se dar as costas para a experiência e voltar para o estágio três. É lá que o você tinha sucesso. É lá que as coisas estavam indo bem, onde Deus parecia próximo.

A tentação consiste em rejeitar a escuridão e voltar para o lugar de triunfo. E essa pode parecer uma boa tacada. O problema é que você saberá, lá dentro, que Deus o chamou e você disse não. Então você se tornará o que eu chamado de uma casca vazia, alguém que está sendo levado pelas ondas da liderança e do sucesso, mas com um buraco, pois está faltando algo. Quando isso acontece, o coração da vida espiritual se vai.

Da minha experiência ensinando milhares de pastores ao longo dos anos, estimo que cerca de 50-60% dos pastores escolhem esse caminho e essa pode ser uma das razões pela qual tantas igrejas parecem espiritualmente mortas. Talvez cerca de 25% dos líderes sigam em outra direção. Vêem a noite escura como um chamado para questionar sua jornada espiritual inteira, até aquele ponto. Acreditam que a razão não é um chamado de Deus, mas o fracasso e os erros da instituição religiosa com a qual se alinhou no estágio dois. O estilhaçamento da confiança espiritual que vem com a escuridão pode trazer grande desilusão a respeito da confiança sentida nos estágios dois e três. E isso normalmente é uma coisa saudável. Mas a noite escura da alma resulta em uma “bola fora” caso se desista de tudo que se acredita ou se toda herança espiritual for abandonada na ilusão de que outra instituição não terá as mesmas deficiências. [Aqui existe o forte risco de afundar-se em heresias, dissidências e apostasia] Eu não quero dizer que nunca é espiritualmente produtivo mudar de religião, mas isso precisa ser feito pelas razões corretas. Talvez um quarto dos pastores, na minha experiência, deixam a igreja durante essa escuridão, porque não encontram um mentor adequado, e interpretam o chamado de Deus para deixar a fé por outra ou deixá-la completamente. Creio que 10% ou 15% de todos que andam a jornada espiritual se mantém no caminho, bebem das lições que Deus quer ensinar e então seguem para o estágio quatro. Com a ajuda de um mentor (que tenha passado por isso e seguindo em frente) se tornam cada vez mais conscientes de seu egocentrismo. Passam a entender que seus esforços espirituais até agora eram guiados pelo eu e pelas expectativas dos outros e da igreja. Aprendem a reconhecer o chamado de Deus, nessa noite escura, para romper com o ego e mergulhar numa caminhada com Deus, de forma mais profunda do que nunca imaginaram. Aprender a olhar para si mesmos como Deus os vê e aceitar as próprias limitações- a própria humanidade. Aprendem a perdoar a si e aos outros de forma verdadeira. O amor próprio se fortalece (porque descobriram o amor profundo que Deus tem por eles) e com isso o amor pelo próximo. Pode até ser que tenham conhecido todas essas coisas intelectualmente antes, mas agora eles incorporam esses insights na alma e os recebem como pessoas que estão se tornando mais e mais completas.

Como você dá suporte a alguém que está passando pela noite escura da alma? Muito pacientemente. Encontrar mentores de alto nível nesse momento é extremamente precioso. Pessoas que estiverem sofrendo nesse estágio despejarão a dor, frustraão, raiva e solidão em você. Não ofereça respostas como os amigos de Jós fizeram; só esteja presente. Evite o choque, apenas ouça e se coloque no lugar delas enquanto lutam com as memórias traumáticas e o arrependimento. Compartilhe sua própria noite escura da alma (se você não tiver passado por isso, provavelmente suas experiências não serão de muita ajuda). Assegure que passar por isso é normal na caminhada com Deus. Compartilhe as histórias de Elias, Jó, Pedro e Jesus. Irradie sua própria aceitação como um símbolo da aceitação de Deus. Perdoe-os conforme necessário e os encoraje a experimentar o perdão de Deus. Na maioria dos casos o dia virá quando a noite terminar e eles serão capazes de se levantar. Alguns terão de experimentar a escuridão mais do que uma vez a fim de seguir em frente, mas eventualmente, se eles mantiverem o curso, poderão continuar a jornada.

4. Descobrindo o Propósito Único de Deus – A Jornada Interior

Alguns chamam essa fase de “A Jornada Interior”. O resultado da noite escura da alma é uma jornada para dentro, para descobrir nosso verdadeiro eu, nosso verdadeiro propósito. Nós tínhamos um forte senso de propósito no estágio três, mas ele era muito mais dirigido pela igreja e pelos nossos telaentos do que pela direção de Deus. No estágio quatro, nós gastamos mais tempo sozinhos, amamos estudar mais profundamente e orar. Ficamos ansiosos pelo tipo de mentores que andaram nessa trilha antes e podem nos ajudar a cavar além da superfície.

Embora estivéssemos em relacionamento com Deus, desejamos algo mais profundo – tanto com Ele quanto com os outros. Sentimo-nos frustrados com os relacionamentos superficiais e queremos ir mais fundo com as outras pessoas (alguns perceberam que não estão prontos para isso).

Estávamos satisfeitos com uma sensação geral da direção de Deus em nossas vidas, mas agora queremos uma direção mais pessoal de Deus. Queremos descobrir nossa unicidade – o propósito excepcional que Deus desenhou para nós desde o começo. Isso é crucial para esse momento da caminhada espiritual.

Você pode descobrir que muitos dos ritos e práticas da sua tradição de fé não funcionam mais para você, mas ainda assim perceber-se mais ligar a aqueles, nessa mesma tradição, que encontraram seu propósito único também. Esse também é um momento de experimentar a cura de questões psicológicas e espirituais que não haviam sido resolvidas. Você está cada vez mais se tornando uma pessoa completa, preenchendo as lacunas e provando algo do que poderia ser uma caminhada mais intima com Deus. Em um sentido, é um movimento de cabeça para coração. É como uma segunda conversão. O romance com Deus retorna, mas em um nível muito mais profundo do que antes.

Considerando que o quarto estágio do desenvolvimento espiritual se refere a relacionamento, quero compartilhar um resumo útil dos estágios da amizade. Devo-os a meus bons amigos Bill Underwood e Ed Dickerson. Cada estágio oferece um aumento tanto na intimidade quanto na vulnerabilidade. É o aumento na vulnerabilidade que faz com que algumas pessoas se tornem relutantes em se aproximar de alguém. Mas aqueles na quarta fase da vida espiritual estão cansado de relacionamentos superficiais e anseiam por intimidade e vulnerabilidade.

1. O primeiro estágio da amizade é a fase de cumprimentos. Pense nos desconhecidos andando rua, por exemplo. Um contato mesmo esse estágio pode fazê-lo sentir-se vulnerável.

2. O segundo estágio é a fase dos fatos e relatórios, quando as pessoas sentem-se à vontade de compartilhar informações tão simples quanto “Hoje o dia está ensolarado”.

3. O terceiro estágio da amizade é a fase das opiniões e julgamentos. A opinião de alguém o torna vulnerável pelo mero compartilhamento. Se outro rejeita minha opinião, isso mexe um pouco mais comigo do que o simples fato de ele não gostar da minha camiseta.

4. O quarto estágio é quando nós nos tornamos confortáveis suficientes no relacionamento que desejamos compartilhar como nos sentimos. Ter os sentimentos rejeitados é muito mais doloroso do que ter as opiniões rejeitadas.

5. O quinto estágio é quando nos sentimentos à vontade para compartilhar nossos erros com os outros. Esse também é o estágio em nosso relacionamento com Deus quando confessamos nossos pecados e recebemos salvação. O que poderia ser mais profundo do que isso?

6. O estágio seis é quando confiamos o suficiente para permitir que os outros confrontem nossos erros. Isso caracteriza um relacionamento muito profundo e ocorre em ambas as direções. Mas frequentemente, em contextos religiosos, as pessoas sentem-se a vontade para confrontar os outros sem ter ganhado o direito de fazer isso. Faça aos outros...

7. O sétimo estágio é a intimidade total, onde segredos não existem entre nós. Esse nível de amizade é raro na terra, se é que existe afinal.

Conforme entramos em relacionamentos, subimos essa ladeira, checando constantemente para ver se o outro lado também está disposto a ser vulnerável como nós.

Se um relacionamento está na fase dois (fatos e relatórios) , um dos lados eventualmente emitirá uma opinião ou julgamento para ver como o outro responde. Se o relacionamento sobreviver a essa jogada, ele cresce. Se não, o lado que se aventurou pode dar uma passo para trás e relegar aquele relacionamento à categoria casual.

No casamento, por exemplo, um dos problemas é que um dos cônjuges confronta o erro do outro, enquanto a parte confrontada não está disposta a compartilhar sentimentos, quanto mais erros! Esse é um relacionamento desequilibrado. Precisamos merecer nosso lugar na intimidade do outro.

Existem muitas outras implicações desses estágios da amizade, mas eles terão que ser explorados em outro momento.

Na vida espiritual, as pessoas no estágio quatro tendem a ficar muito impacientes com relacionamentos superficiais. Elas tendem a forçar a intimidade o mais rápido possível. É aí que o verdadeiro crescimento acontece. Mas a maioria das pessoas não estão igualmente dispostas, fazendo com que aqueles no estágio sintam-se frequentemente sozinhos, ou conectem-se profundamente com somente uma ou duas pessoas.

O circuito coquetel, onde pessoas andam por uma sala e compartilham fatos, relatórios e uma opinião ou duas, mas mantêm os níveis mais profundos de si mesmos trancafiados são de pouco interesse para alguém no estágio quatro.

Como você reconhece alguém nessa fase? Eles estão sempre fazendo perguntas desafiadoras. Enquanto isso possa indicar falta de fé, em uma pessoa espiritual é um sinal de que Deus as está chamando para um relacionamento mais profundo. Elas gostam de estar sozinhas, mas estão ansiosas para serem mentoras.

Encrenqueiros simplesmente gostam de confundir as pessoas com suas perguntas, mas os cristãos no nível quatro estão realmente buscando respostas. Quando encontram a pessoa certa, eles abrem seus corações muito rapidamente. Enquanto encrenqueiros usam suas perguntas para evitar relacionamentos com pessoas espirituais, as pessoas no estágio quatro usarão suas perguntas para determinar quem está disposto de ter um relacionamento mais profundo.

4.1 Perigos no Estágio da Jornada Interior

Existem perigos para o estágio quatro também; lugares onde as pessoas podem “entalar” e parar de crescer espiritualmente. Nessa fase, existe o risco de chafurdar no pensamento negativo ou desencorajamento. As pessoas nesse nível as vezes se consomem com autoavaliações. Gastam muito tempo pensando, processando, em autoabsorção. Podem estar constantemente pensando “Por quê?” e nunca encontrar respostas. Podem até curtir o senso de ambigüidade espiritual (isso pode deixar seus amigos loucos). Sentem que ninguém os entende (e algumas vezes estão certos). Eles podem se tornar imobilizados pela luta.

Existe uma dúvida que leva à fé (a verdadeira experiência do estágio quatro), mas também existe a dúvida que leva a mais dúvidas.

O estágio quatro é maravilhoso como uma transição para uma caminhada mais profunda com Deus. Mas pode ser um lugar miserável para ficar travado.

4.2 Como Ajudar Alguém no Estágio da Jornada Interior a Prosseguir

Encoraje-as a compreender que suas perguntas e dúvidas não são um rastejo para longe da jornada espiritual, mas um chamado renovado de Deus para um relacionamento mais profundo. Pessoas nesse estágio precisam de mentores que as afirmem e aceitem, pois elas tendem ser muito duras consigo mesmas. Ajude-as a saber que Deus está com elas nos seus questionamentos, em sua busca, e mesmo na dúvida. Encoraje-as a deixar Deus sair da caixa de onde Ele pode ter sido colocado nos estágios dois e três. Encoraje-as a se abrir ao ensino e liderança de Deus. Ajude-as a processar traumas passados honestamente e se você perceber que está além do seu alcance, indique-as a alguém melhor preparado para ajudar.

Com a ajuda de um mentor e bastante solitude, essas pessoas eventualmente estarão prontas para crescer para o próximo estágio. Elas poderão ouvir o chamado de Deus para voltar para o mundo novamente. A jornada interior (e a noite escura da alma) nos ajuda a encontrar nosso verdadeiro propósito e nos prepara para um serviço mais profundo aos outros.

5. A Jornada Exterior

No estágio quatro, uma pessoa espiritual luta para descobrir seu propósito único aos olhos de Deus. O egoísmo é gradualmente deixado de lado e Deus cada vez mais se torna o foco primário (ou até mesmo único) na sua vida. No estágio cinco, Deus leva essa pessoa de volta ao mundo e frequentemente ao mesmo tipo de ocupação que tinha antes (líder espiritual, professor, médico, conselheiro, etc), mas agora aquele trabalho será executado com um novo sentido de visão e propósito. O estágio quatro produzir mudança interna e agora você vai para fora, trazer essa mudança para o resto do mundo.

Pessoas transformadas podem transformar outras pessoas.

Mas existe uma diferença adicional nesse estágio. Na fase do sucesso (estágio três) você era guiado pelas necessidades da sua comunidade religiosa, sua família, seus amigos e as vozes escondidas do passado. Em um sentido real, você era gfuiado por várias formas de autointeresse. Mas no estágio cinco sua motivação vem de um chamado direto de Deus, e ninguém mais.

A liderança espiritual no estágio cinco é uma aventura além da zona do egoísmo. É desempenhada em prol dos outros com a preocupação de se agradar a Deus e somente a Ele. Agradar os outros é visto como outra forma de autointeresse (1 Tess. 2:3-6). Líderes no estágio cinco trabalham incansavelmente por Deus. Estão confortáveis em ralar pelo sucesso de uma comunidade ou instituição sem receber nenhum crédito por mudanças positivas. Seus esforços podem ser instrumentais para o sucesso e embora seu trabalho frequentemente passar desapercebido, estão contentes na certeza de que Deus os reconhece. Essa nova perspectiva está fundamentada no crescimento e na cura que aconteceu no estágio quatro.

Exteriormente, a liderança nesse estágio pode não parecer tão diferente do três, mas a motivação e a paixão são mais autênticas. Surgindo de uma nova visão e propósito, há um foco cada vez maior na compaixão e cada vez menor no “sucesso” e na reputação. Aqueles que sofreram profundamente estão atentos ao sofrimento dos outros. A motivação espiritual nesse estágio vem de duas coisas: o propósito de Deus e compaixão pelos outros. Descobrimos que cumprir o propósito de Deus com as nossas vidas também satisfaz os nossos desejos mais profundos, desejos dos quais nós possivelmente nem estávamos conscientes antes.

No passados éramos motivados pelo senso de dever, mas agora somos motivados por amor pelos outros concedido por Deus. No estágio três as pessoas frequentemente são estressadas e impulsivas; o estágio cinco trás uma espécie de tranquilidade, calma e paciência. Quando você coloca tudo nas mãos de Deus, você pode dormir a noite sabendo que é Ele, realmente, quem está no controle.

Esse foco em Deus frequentemente impacta a profissão de alguém nesse estágio da vida espiritual. Essas pessoas frequentemente mudarão a direção na vida para uma vocação que é menor, mais humilde, mais arriscada ou simplesmente nova. Os melhores líderes em uma instituição podem deixar sua posição e substituí-la por algo pequeno, isolado, aparentemente menos importante para o sucesso da instituição. Lembro-me de Albert Schweizer, uma figura mundialmente reconhecida em três áreas: música, estudos teológicos e medicina. Ele desistiu de tudo para assumir uma estação missionária remota na Africa Ocidental e simplsemente desaparecer do palco do mundo. Ainda assim, o exemplo que ele lançou provavelmente motivou muitos mais pessoas em uma direção espiritual positiva do que sua música ou seus artigos teológicos jamais conseguiriam.

Como reconhecer esse estágio em alguém? Ele é parecido com o terceiro (estágio do sucesso), mas as motivações são diferentes. Essa pessoa é paciente e tranquila, em vez de estressada e impulsiva. É como se ela tivesse saido de uma crise profunda, sem medo das pessoas ou de qualquer situação que possa surgir. Lembro-me de Daniel. Depois da cova dos leões, que rei conseguiria intimidá-lo? Como mencionei acima, as pessoas nesse estágio frequentemente mudam de emprego, missão e/ou localidade de uma forma que mistifica os outros. Mas eles estão vivendo o propósito de Deus, não o propósito que outros colocaram perante eles. Como um resultado, o estágio cinco é muito mais mal interpretado do que o terceiro. Os caminhos dos seres humanos e suas instituições não são os caminhos de Deus (Isa 55:8-9).

5.1 Perigos no estágio da jornada exterior

Um dos problemas marcantes nesse estágio é que as pessoas podem parecer desconectadas com todo o resto. Elas estão marchando no ritmo de outros tambores. Elas ouvem a suave, tranquila voz de Deus, a qual, para a maioria, está perdida em meio a cacofonia das vozes terrestres e o barulho do background. Eles podem parecer indiferentes a algumas das preocupações práticas da vida diária. Tornaram-se contra-culturais. Recebem as ordens de marcha diretamente de Deus e não mais se encaixam nas expectativas de um mundo que está aí para ser produtivo e vencer. Pessoas em estágios anteriores podem até pensar que eles “perderam a cabeça”.

“Ele costumava ser bem sucedido, mas não sei, ele se perdeu em algum lugar.”

As pessoas no estágio cinco podem realmente parecer descuidadas com as coisas que “realmente importavam” nos estágios anteriores. Eles não são mais atraídos por controvérsias religiosas. Não mais estão interessadas na disputa sobre detalhes de doutrinas e regras. Eles podem até parecer menos “espirituais”. Eles se conectam com Deus naturalmente no curso do dia e não sentem tanta necessidade de rituais de devoção e disciplina.

5.2 Como ajudar alguém nesse estágio a avançar

Mentores podem ajudar pessoal nessa fase a continuar seu desenvolvimento espiritual encorajando-as a olhar para tudo e todos através dos olhos de Deus e através das lentes da sua revelação. Quando outros não entendem o que Deus está fazendo na vida deles, encorajem-nos a ter uma atitude santificada de “não me importo”. Porque não importa, realmente, o que os outros pensam quando você está vivendo o propósito de Deus na sua vida.

A essência do estágico cinco é ser guiado pelo chamado de Deus e a paixão resultante por agradá-lo, em vez das expectativas dos outros. Líderes nessa fase são guiados pela compaixão por aqueles com quem os outros não se importam e ao fazer isso eles estão afinando seus corações ao de Deus.

Mas nesse estágio, algo inesperado acontece.

A noite escura da Alma II : A Continuação

Até agora, eu venho catalogando uma série de estágios na vida espiritual. Observamos o crescimento espiritual de um romance inicial com Deus, passamos pelos períodos de discipulado e fomos até o sucesso na liderança espiritual. Aquele período de “sucesso” trás todas as marcas do triunfo espiritual, ou pelo menos assim parece, de acordo com as expectativas humanas. Mas em algum momento desse “período”, surge uma noite escura para a alma, que revela o egoísmo escondido, motivos mistos e um comprometimento maior aos conceitos de sucesso humano do que ao chamado de Deus. A noite escura pode começar a arrancar esse egocentrismo e conectar uma pessoa com Deus de uma forma mais profunda do que antes. Em vez de ser motivado pelo egoísmo interno ou as agendas dos outros, ou até mesmo de uma instituição religiosa, e ou ela ouvem o chamado para uma caminhada mais intensa e abnegada com Deus.

No estágio quatro, uma pessoa descobre o propósito único que Deus tem para a sua vida. Ao conhecimento “cabeça” de Deus, é adicionado o conhecimento “coração”, conduzido mais pela compaixão do que pelos fatos. Enquanto no estágio quatro eles buscavam solitude e a atenção de mentores, no estágio cinco eles voltam para o mundo, fazendo muitas das coisas que faziam antes, mas agora com diferentes motivos, diferentes propósitos. Suas vidas são guiadas mais pela conexão com Deus do que pelo consenso de comissões ou a direção de outros. Eles colocam em prática o que significa “andar com Deus”.

Alguém poderia pensar que quanto mais perto você está de Deus, mais você se afina com Sua vontade e Seus caminhos e mais você é apreciado pelos outros que também estão em uma jornada espiritual, bem como pelas instituiçoes religiosas. Mas o caso oposto é frequentemente o caso. A segunda noite escura da alma é a descoberta de que quanto mais perto você anda de Deus, mais você parecerá estar fora do passo em relação às comunidades religiosas e menos você será entendido pelos outros, embora eles também estejam em uma jornada espiritual. Conforme a aprovação de Deus se torna mais profunda, a desaprovação dos outros se torna um fardo que você precisa carregar. Foi dito a respeito de Jesus que Ele nem se permitia orgulhar-se pelo aplauso, nem abater-se pela censura. Mas no estágio cinco, a dor da rejeição ainda é sentida e frequentemente nos precipita em um segundo negror da alma. Essa noite escura pode, claro, surgir por outras razões, mas a rejeição é frequentemente a principal.

Qual é o propósito do plano de Deus? Outra oportunidade de cura. Outra oportunidade de crescimento.

Seres humanos são como cebolas, com camadas sobre camadas de egoísmo e fugda de Deus que precisam ser descascadas uma por uma. Em um sentido real, a noite escura pode manifestar-se multiplas vezes conforme Deus engaja o coração humano em uma jornada que leva cada vez mais perto dEle.

Eu acredito que Scott peck estava no caminho certo quando ele observou “Somos atraidos pelas pessoas que estão em um estágio a frente de nós. É por isso que Jesus foi morto, judeus e romanos pensaram que ele era mal.” De fato, o mentorado acontece melor quando você está um estágio a frente da pessoa a quem você está mentorando. Estar dois estágios a frente de alguém é perplexador. Eles não tem nenhum contexto para entender o que Deus está fazendo na sua vida. Sua tentativa de envolvê-los da sua perspectiva pode causar mais mal do que bem. Mas a coisa só piora: se você estiver três estágios a frente deles, eles não irão elogiá-lo – mas podem simplesmente tentar matá-lo! Esse é um dos grandes “catalisadores” da segunda noite escura da alma: a consciência de que a jornada espiritual não nos leva de triunfo a triunfo, mas na realidade nos leva a a uma descoberta cada vez mais profunda do sofrimento que Jesus suportou por nós.

Agora você deve estar desejando que eu tivesse parado no estágio três. Mas essa não seria a verdade. Nas palavras de Dietrich Bonhoeffer, “Quando Cristo chama um homem, Ele o chama para vir e morrer.”

Isso trás a mente a segunda noite escura da vida e ministério de Jesus. A primeira veio no deserto, onde Ele jejuou por quarenta dias e noites, buscando clareza a respeito da Sua missão no propósito de Deus. Lá Ele foi assaltado pelo Diabo, mas voltou com uma visão renovada e um sentido claro do propósito de Deus para a vida dEle. Mas uma noite muito mais escura aconteceu no jardim do Getsemane. Lá Ele lutou com o custo completo de seguir o plano de Deus, um plano que o chamava para a morte por aqueles que não pareciam se importar de uma forma ou outra. O Getsemane ocorreu na presença da evidência viva (Seus discípulos) de que aqueles por quem Ele se sacrificaria não entendiam ou apreciavam o que Deus O havia chamado para fazer por eles.

Em um sentido muito real, a segunda noite da alma trás para os seres humanos o gosto da última experiência de Jesus. Através desta, nossos corações são amarrados mais profundamente ao coração de Deus do que qualquer outra experiência poderia realizar. Eu preciso deixar claro que cada noite da alma é uma realidade e uma parte necessária na caminhada com Deus. Nós podemos desejar que isso fosse diferente. Podemos preferir o evangelho do sucesso no qual o dinheiro e os elogios fluem constantemente na direção daqueles que são fiéis a Deus. E isso não é uma crítica áqueles que são “bem sucedidos”. Em vários estágios do desenvolvimento espiritual nós podemos experimentar o sucesso em termos humanos também.

Mas a noite escura toma diferentes formas para diferentes pessoas. Para alguns, é um grande, sobrepujante fardo que ocorre uma ou duas vezes e nunca mais. Para outros, são pequenas “doses de escuridão” que se repetem vezes e vezes. Para alguns é algo relativalmente facácil de se suportar. Para outros, como Madre Teresa, a noite escura pode durar décadas. Por que todas as diferenças? Está na mão de Deus, que sabe melhor o que nós precisamos. A importância de notar isso aqui é para que nós não desfaleçamos, achando que fomos rejeitados por Deus em um sentido absoluto. A noite escura é na realidade boas novas. É uma indicação de que Deus não terminou conosco, de que existe mais a frente, de que Seu propósito para nós é mais profundo do que podemos imaginar agora.

Quando bebemos de Cristo em cada noite escura, estamos pronto para a jornada que está a frente.

6. A Vida de Amor Incondicional

Aqueles que conseguem atravessar a segunda noite escura alcançam o sexto estágio, a fase onde onde o amor incondicional se torna a regra da vida. Muitos poucos vivem consistentemente nesse estágio por muito tempo. As pessoas nesse estágio são compassivas em relação às outras, mesmo sob extremas dificuldades. O amor de Deus flui através delas em todas direções. Essas pessoas alcançam aqueles que a feriram, que as rejeitaram e também aqueles quem eles costumavam desprezar.

Eles permitiram que Deus mudasse seus corações para experimentar Sua misericórdia e comapaixão mesmo por seus “inimigos”. Muitos sentem-se elevados simplesmente por estar em sua presença. Pessoas no estágio seis aprenderam realmente como perdoar. Eles vêem os outros através dos olhos de Deus. O comportamento de Deus se torna seu modelo (Mt 18:23-35). Eles tratam os outros como se estivessem servindo a Deus em pessoa (Mt 25:31-46).

As pessoas nessa fase podem não renunciar as coisas materiais completamente, mas certamente precisam de menos do que os outros. Eles estão livres das coisas que trazesm ansiedade aos outros. Se você não precisa de coisas materiais para estar contente, você não temerá perdê-las, e você não se preocupará se, de fato, perdê-las. Há uma espécie de paz inteiror, um contentamento que nada parece abalar. Pessoas no estágio seis não tem a ambição de serem reconhecidas, notáveis, ricas, bem sucedidas, orientada a objetivos ou até mesmo espirituais. Elas não desfalecem quando outros as criticam porque seu inteiror, sua alma está enraizada no amor e na aprovação de Deus.

Já que o estágio seis é o objetivo da jornada, não existem mentores para pessoas nesse estágio. Em vez disso, eles são mentorados diretamente por Deus. Também não faz sentido em falar sobre “ficar preso” no estágio seis. A única questão seria manter-se lá. Como na fase anterior, as pessoas no estágio seis podem parecer desconectadas da vida real, negligenciando suas próprias necessidades pessoais, gastando suas vidas fazendo coisas que não parecem produtivas em termos mundanos. Ainda assim, eles são serenos no conhecimento de que estão fazendo a vontade e seguindo a liderança de Deus. Se Ele aprova, não importa o que o resto do mundo pensa.

Enquanto essas pessoas são uma benção enorme para o mundo, eles tem uma extrema dificuldade de se encaixar em instituições religiosas ou mesmo na sociedade humana comum. Alguém poderia pensar que o amor incondicional faria com que fossem as pessoas mais populares na terra. Mas o contrário é o caso. Não existe comportamento mais desestabilizante do que o amor incondicional. As pessoas nesse estágio amam a todos, incluindo aqueles que eu não suporto. A único coisa que eu não permito que você faça é amar meu inimigo. De fato, inimigos tem sido conhecidos por se reconciliar para se livrar de alguém que ama a todos. Foi isso que aconteceu com Jesus. Pilatos e Herodes se reconciliaram com o julgamento e condenação de Jesus. Pessoas que amam a todos frequentemente se acham isolados de quase todos, porque eles parecem ser uma ameaça para um sistema que favorece um em lugar de outro, sejam indivíduos ou grupos.

O Sermão do Monte (Mt 5-7) é para as pessoas no estágio seis. Ninguém mais saberia sequer onde começar com essas palavras de Jesus. Pessoas nessa fase sabem o que significa serem pobres de espírito, mansos, famintos e sedentos de justiça. Você pode bater na cara de alguém nesse estágio sem ver a fúria se levantar para responder. Eles podem simplesmente oferecer o outro lado. Esse não é o comportamento humano normal, é “cristão”, parecido com Jesus, com Deus. Como eu disse, poucos viverão consistentemente nesse nível durante essa vida. Jesus estava falando do estágio seis quando disse, “Quem quer que encontrar sua vida, perde-la-á e quem quer que perdê-la, encontra-la-á.” (Mt 10:39)

Nós podemos preferir que os estágios da fé tivessem terminado no terceiro, o sucesso em termos humanos. Gostaríamos de crer que quanto mais perto chegamos a Deus, mais os outros nos reconhecerão por essa intimidade com Ele e nos honrarão, como fazem com os profetas do passado. Mas os profetas não foram honrados em seu tempo de vida porque estavam completamente fora do passo das normas religiosas aceitáveis de seu tempo. Somente à distância nós conseguimos ver claramente o trabalho de Deus na vida deles. A presença viva deles nos deixaria loucos, assim como aconteceu nos tempos bíblicos. A jornada da fé não leva à glória em termos humanos, mas leva à glória aos olhos de Deus e isso é o que significa crescer espiritualmente.

Tudo gira em torno de Jesus, encontrá-lo, conhecê-lo, ensinar outros sobre Ele, aprender a ouví-lo, ver o mundo através de Seus olhos, amar os outros da forma como Ele ama.

Tudo gira em torno de Jesus.

Eu quero concluir com algumas reflexões sobre o quadro maior desses estágios e suas implicações para nossa jornada nesse mundo desafiador.

Primeiro, eu não quero deixar a impressão de que as pessoas marcham através dos estágios com uma precisão perfeita. As coisas são mais complicadas do que isso – é possível viver em mais do que um estágio por vez. Todos tem um estágio “lar” em um determinado momento, mas nos movemos pra frente e para trás entre os estágios; as coisas são mais parecidas com o mercado de ações do que uma jornada de linha reta. A única progressão clara é que cada estágio se constrói sobre aquele que vem antes dele.

Alguém não pode pular do estágio dois para o estágio cinco, já que as fases entre eles são um desenvolvimento natural, como na vida de uma planta. Mas é possível voltar um ou dois estágios, de forma natural, como um escorregão inconsciente caso um novo estágio esteja muito desafiador, ou até de forma deliberada por razões egoístas ou altruístas (para se encaixar melhor em um grupo de amigos, por exemplo). Certa quantidade de ambigüidade é natural e normal. Isso reforça o fato de que o crescimento espiritual, como o desenvolvimento de uma planta, precisa ser natural, no tempo de Deus, em vez de um programa forçado em outro ou em si mesmo. Deixe Deus efetuar o crescimento no passo dEle.

Segundo, cada um desses estágios é natural, normal, bom e apropriado. Estágios mais posteriores não são “melhores” do que os anteriores. Cada um deles é o melhor lugar para uma pessoa que esteja em uma progressão natural de desenvolvimento. Estar em um estágio em particular só é negativo se alguém ficar preso naquela fase e carregado de elementos negativos que podem trazer preocupação em cada estágio.

O estágio dois, por exemplo (fase do discipulado), pode soar negativo e inferior pela sua tendência à rigidez e às attitudes julgamentais, mas ele é, na verdade, um estágio belo de aprendizado, crescimento e integração em uma comunidade espiritual. Ele só se torna negativo se as pessoas perdem a coragem de continuar crescendo. Os “estágios superiores” são maravilhosos no sentido de serem caracterizados por uma maior conexão com Deus, menos egocentrismo e a integração de cabeça e coração. Essas são, de fato, coisas a serem buscadas, mas não são atingidas sem a progressão normal conduzida por Deus. Aqueles que atingem os estágios mais maduros são os últimos a se considerarem superiores. Então, embora os estágios posteriores devam ser perseguidos, eles nunca devem ser uma base para arrogância ou superioridade.

Terceiro, é extremamente útil para líderes e mentores aprender as características de cada estágio de forma que eles consigam realmente identificar onde as pessoas estão nessa jornada. Nós somos atraídos por pessoas que estão um estágio a frente de nós. Ficamos perplexo com pessoas que estão dois estágios a frente de nós. E pessoas que às vezes estão três estágios a frente acabam assassinadas (Jesus). Então, um mentorado efetivo ocorre quando o mentor livremente volta um ou dois estágios a fim de encontrar as pessoas onde elas estão (nos estágios um, dois ou três). Isso não é hipocrisia, é o reconhecimento de que as pessoas aprendem melhor quando a informação está em uma forma que eles estão preparados para lidar (Jo 16:12), que normalmente está no máximo em um estágio a frente de onde eles estão no momento.

“Andar para trás” por amor aos outros é um ato de graça, não de egoísmo. É um ato de missão. Por outro lado, andar para trás por medo, egoismo, ou necessidade de controle, pode levar à “fossilização spiritual” em determinado estágio, uma posição perigosa para se estar.

Conforme você amadurece espiritualmente, os mentores ficam escassos; encontrar alguém que possa ajudar se torna mais difícil. Mas conforme você amadurece espiritualmente, as oportunidade de ser um mentor aumentam. Nós mentoramos aqueles que estão em estágios anteriores porque nós estivemos lá e fizemos o mesmo. Aprendemos daqueles que haviam explorado estágios os quais nós não estivéramos ainda.

Cuidado mútuo também acontece entre pessoas no mesmo estágio. E pessoas no estágio seis são mentorados por Deus, somente!

Quarto, a Bíblia endereça todos os seis estágios de desenvolvimento spiritual e as noites escuras da alma que frequentemente os acompanham. É por esse motivo que algumas partes da Bíblia estão “fechadas” para nós. Elas podem falar a estágios que nós não experimentamos ainda e, portanto, não podem se completamente compreendidas. Mas conforme nós crescemos espiritualmente, mais e mais partes da Bíblia são abertas ao nosso entendimento. Eu suspeito que partes, pelo menos, do sermão do monte (Mt 5-7) estão escritas para aqueles que estão no estágio seis, o estágio do amor incondicional. Quantas pessoas vocês conhece que poderiam ser espancadas na face e ainda assim não sentir nenhum cisco de ressentimento por dentro? Quantas pessoas você conhece que não desprezam nem se ressentem de absolutamente ninguém em seus corações? Quantas pessoas acham natural abençoar aqueles que as amaldiçoam? Para a maioria de nós, o sermão do monte é aspiracional, mas nem sempre experimental. As boas novas são que a Bíblia sempre tem algo para todos que estão na jornada da fé. É por isso que não importa quantas vezes nós lemos a Bíblia, sempre precisaremos lê-la todos os dias, buscando insights que podemos ter perdido antes. Conforme crescemos espiritualmente, a Bíblia cresce conosco, por assim dizer.

Implicações dos Estágios da Fé para Instituições

Finalmente, as instituições religiosas espelham esses estágio no seu crescimento e desenvolvimento? As melhores pesquisas sugerem que sim. Instituições religiosas refletem o estágio espiritual que é um denominador comum da membresia. Já que a vasta maioria dos aderentes de qualquer religião estaria nos estágios mais “novos” da fé, a maioria das instituições estaria no estágio um, dois ou três. A questão interessante é se alguma instituição religiosa já se moveu além do estágio três para as fases posteriores, mais maduras da fé. Ou será que as instituições inevitavelmente ficam presas em um dos três primeiros estágios?

O que é uma religião, ou uma instituição religiosa? Instituições religiosas são uma resposta humana à percepção do trabalho de Deus no mundo. A instituição é criada a partir consciência (estágio um?) e tem a intenção de promover o trabalho de Deus na terra e ajudar as pessoas a aprenderem e crescerem no conhecimento e na experiência de Deus (estágio dois?). Novas religiões são focadas em Deus e em Sua honra. Mas ao longo do tempo ela se torna cada vez mais ocupada com a autopreservação. O egoísmo “natural” dos indivíduos tem sua contraparte no egoísmo corporativo. As instituições se tornam cada vez menos centradas em Deus e Sua glória e mais centradas na preservação da existência da instituição. Essa raramente é a intenção de alguém; parece ser um processo natural que ocorre com o tempo. Embora os líderes religiosos possam ser perversos, isso usualmente parece acontecer a despeito das melhores intenções por parte dos líderes.

Em um sentido real, a questão é se qualquer instituição religiosa é capaz de crescer após o estágio três, a fase do sucesso. No estágio do sucesso, a instituição cresce financeiramente e em quantidade de membros. Ela expande suas operações e se torna um “império”. Quanto maior a instituição se torna, mais ela pode fazer por Deus, portanto o crescimento e a preservação se tornam cada vez mais o foco. Mas a fim de se mover além desse foco corporativo uma religião precisaria atravessar uma noite escura da alma, o que possivelmente resultaria na destruição da instituição, pelo menos na forma com a qual as pessoas se acostumaram.

Alguma instituição religiosa já encontrou vida morrendo? Alguma instituição religiosa já “tomou a sua cruz” na implicação completa desse termo (Mc 8:34-38)? Eu não tenho certeza se alguma instituição religiosa madura já fez isso (a igreja do novo testamento deu alguns passos largos no despontar do romance inicial com Jesus, mas no segundo século isso tudo sumiu rapidamente).

Meio que como uma regra, as instituições religiosas inevitavelmente se fossilizam nos estágios dois ou três. Isso significa que as pessoas que experimentam a noite escura da alma e entram no estágio quatro ou além inevitavelmente se sentirão fora de sincronia com a religião à qual ele faz parte. Se você já experimentou isso, você não é anormal. Isso é provavelmente tão natural quanto respirar. As pessoas no estágio cinco e seis não têm um verdadeiro lar nessa terra – a casa delas é no céu. Eles frequentemente são uma fonte de perplexidade e até mesmo diversão entre aqueles lutando pelo sucesso espiritual. Quanto mais perplexidade ainda eles trazem para aqueles que estão presos no estágio dois ou três! Eles estão enamorados com o seu sucesso e a sua “pureza” teológica e não conseguem entender os ventos de mudança do Espírito que cria únicos, imprevisíveis parceiros de Deus.

Então o que uma pessoa nos estágios quatro a seis farão sobre isso? Se determinada religião verdadeiramente abandonou Deus de alguma forma perversa, eles deveriam deixá-la. Mas isso não significa que eles se sentirão em casa em algum outro lugar. As instituições seguidoras de Deus ainda estão sujeitas à lei do denominador comum. Seguidores de Deus em estágios mais maduros provavelmente não encontrarão uma instituição religiosa que afirme completamente sua caminhada com Deus. Felizmente, sua nutrição espiritual não mais depende da instituição, mas vem daqueles raros mentores maduros e de Deus, Ele mesmo.

Como sobreviver ao sentimento de deslocamento que é tão comum entre os seguidores de Deus nos estágios quatro a seis? A chave está no princípio de missão de encontrar as pessoas onde quer que elas estejam. Esse é o princípio do mentorado. As pessoas são atraídas por aqueles que estão um estágio a frente deles – não se esqueça. Mentores maduros podem se colocar na posição em que os indivíduos/ audiência precisam que eles estejam. Aborde um contexto de estágio dois do estágio três, aborde o contexto de estágio três do estágio quatro. Isso é relativamente fácil para uma pessoa madura, já que ela passou por todos os estágios. [Como diz Mathew Henry, lembre-se dos dias das pequenas coisas.]

Isso não é hipocrisia. Hipocrisia é voltar estágios por razões egoístas, como para evitar a perda do controle. Hipocrisia é ficar fossilizado em um estágio por causa do desafio de mover-se pra frente ser muito ameaçador de alguma forma. Mentorado é sobre andar para trás por amor dos outros, não por nós mesmos. Nós podemos estar confortáveis na nossa pele espiritual, em casa com Deus nos estágios quatro, cinco ou seis. Mas nós voltamos por amor à missão, por amor aos outros. Essa é a forma pela qual pessoas maduras espiritualmente podem permanecer úteis e engajadas com as instituições que Deus permitiu e encorajou que fossem fundadas.

Instituições religiosas não são coisas ruins, em e por si mesmas. Elas começaram com o propósito de honrar a Deus e apontar as pessoas para Sua ponderosa atividade em seu meio. As instituições provêm organização e eficiência no serviço dessa missão. Mesmo quando se fossilizam, Deus ainda pode usá-las para alcançar indivíduos com uma mensagem que de outra maneira não haveria chegado até eles. Mas as instituições não são um fim em si mesmas. Elas são úteis somente até o ponto em que elas apontam para fora de si, para o grande trabalho de Deus na terra. Tais instituições precisam de parceiros maduros de Deus para mantê-las nos trilhos. Elas precisam de um desafio profético para morrer para o eu e apontar todas as coisas para Deus.

Não abandone sua comunidade porque você não mais parece se ajustar.

Essa sensação de deslocamento é provavelmente um chamado de Deus para um ministério sacrifical fora da sua zona de conforto (nos estágios maduros do relacionamento espiritual com Deus).

Você pode ser verdadeiro consigo mesmo e ainda assim servir uma instituição imperfeita.

Jon Paulien

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